Pela primeira vez desde a primeira edição da Mega da Virada, em 2009, lotéricas de todo o país escrevem nove zeros consecutivos em suas fachadas. O total acumulado em prêmios deste ano, de R$ 1 bilhão, é 57% maior que o valor do ano passado, de R$ 635 milhões, que, até então, era o maior já registrado. Com a soma bilionária, as apostas de fim de ano se consolidam como uma das principais tradições dos moradores do Distrito Federal que sonham com conforto pessoal e profissional.
O prêmio especial da Mega da Virada — para os acertos de seis números — representava 62% do total das premiações, mas, a partir desta edição, a parcela do prêmio sobe para 90%, aumentando drasticamente o valor repassado para os mais sortudos. Com a mudança, as quinas e quadras — que correspondem aos acertos de cinco e quatro números, respectivamente — passam a dividir o restante da premiação, com 5% para cada uma das duas categorias.
Ao contrário dos outros sorteios da Caixa, este prêmio não acumula como normalmente acontece. Caso não tenham ganhadores na primeira faixa (seis acertos), o valor correspondente será distribuído entre os vencedores da segunda faixa (cinco). Seguindo a mesma lógica, caso não tenham ganhadores na segunda faixa, o prêmio será rateado entre os acertadores de quatro número e, não existindo apostas premiadas em nenhuma das três faixas, os valores acumulam para o ano seguinte.
As apostas podem ser realizadas até esta quarta-feira (31), às 20h — duas horas antes do sorteio, que começa às 22h, com transmissão ao vivo pela conta oficial das Loterias Caixa no Facebook e pelo canal da Caixa no YouTube.
Tradição anual
“Eu não costumo apostar durante o ano, mas, sempre que tem a Mega da Virada, trago meu filho na lotérica para jogar. É uma tradição”, conta o bombeiro Bruno Nogueira Aragão, 50 anos, acompanhado do filho Diego Aragão, 15. Bruno diz que a aposta anual é o momento em que ele se permite sonhar com um estilo de vida mais tranquilo.
O morador do Sudoeste afirma, ainda, que, caso ganhe o grande prêmio, não terá o objetivo de acumular patrimônio, mas aproveitará um estilo de vida de aposentado: “Confesso que não penso muito no que faria com o valor, mas viajar estaria entre as prioridades, parar de trabalhar e conhecer o mundo todo”, diz.
A família de Eliane Maciel Sales, 41 anos, mora em Goiás e foi até o Palácio do Buriti ontem, para participar do edital de chamamento público que permitirá à família operar como ambulantes no réveillon da Prainha dos Orixás.
O edital disponibilizará 30 vagas. Eliane e a família deverão passar por um sorteio para poderem trabalhar no evento e, enquanto o resultado não sai, ela decidiu ir à Lotérica Buriti, para testar a sorte de outra forma. “A gente participa de sorteio até para trabalhar, então, também estamos tentando a sorte para ficar ricos”, diz a autônoma, que vende lanches há mais de 20 anos.
Algumas pessoas, como Maria Fernanda Soares, 49 anos, decidiram passar na lotérica pela primeira vez. A funcionária da Casa Civil já havia participado de bolões no trabalho, mas, de forma atípica, decidiu usar os números de jogos do pai que encontrou em uma bolsa antiga: “Ele sempre jogava”, conta.
No caso de uma vitória bilionária, Maria conta que priorizaria ajudar os outros: “Eu conheço uma família que está precisando de dinheiro e eu adoraria ajudá-los a fazer uma mudança. Não só eles, mas outras pessoas também”.
Segredo
Na opinião do economista César Bergo, presidente do Conselho Regional de Economia do DF, a ação ideal para o ganhador da Mega da Virada seria, primeiro, manter a calma e não contar para ninguém. “Eu aconselho que espere alguns dias antes de tirar o dinheiro, para planejar o que deve ser feito”, diz o especialista.
César explica, ainda, que o prêmio deste ano, de R$ 1 bilhão, é maior do que o patrimônio de, ao menos, 90% das grandes empresas do país. O economista diz que, apesar do valor, é necessário que o vencedor tenha controle para não falir, já que perder a quantia é mais fácil do que parece.
O especialista aconselha que os vencedores — inclusive os que receberem os prêmios menores — separem 10% da quantia, que já seria um valor alto, para realizar os sonhos mais urgentes. O restante, 90%, poderia ser colocado em um tipo de rendimento que permita o resgate imediato do valor. “O vencedor poderia facilmente aplicar o valor e viver de renda, que pode chegar a até R$ 50 milhões mensais”, lembra César.
Por Gazeta do DF
Fonte Correio Braziliense
Foto: Artur Maldaner/CB Press













