Ibaneis sobre queimadas no país: “Quero colaborar no que me for solicitado”

Governador afirmou que está à disposição para ajudar nos esforços do país diante da crise climática

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Após reunião com os governadores do país no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (19), o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, afirmou que está à disposição para ajudar nos esforços do país diante da crise climática e das constantes queimadas presentes nos estados da Federação.

“Quero colaborar no que me for solicitado”, destacou o chefe do Executivo local ao Jornal de Brasília, uma vez que a situação em outras unidades federativas estão igualmente ruins ou piores que a do DF. “Temos estados com problemas muito maiores que os nossos”, acrescentou, reforçando o caráter colaborativo que o DF terá neste período.

Ibaneis solicitará ao governo de Goiás uma nova reunião focada apenas nos estados da região central do Brasil. “Vamos pedir ao governador Caiado, que é o presidente do consórcio do Centro-Oeste, para organizar uma reunião com os governadores do Centro-Oeste”, declarou.

A intenção é tratar de detalhes mais específicos sobre os esforços que podem ser feitos para amenizar a crise climática e demais pormenores que não foram discutidos de forma aprofundada na reunião desta quinta. A reunião deverá ser agendada no decorrer das próximas semanas.

Sobre o combate aos incêndios no DF, o governador deixou claro que irá se reunir com autoridades para “cumprir a missão que foi passada” na reunião. “Vamos trazer aquilo que for a proposta para melhor combater os incêndios florestais. Esse é o interesse de todos nós – da nação e tem que ser o do mundo.”

Grilagens e condomínios ilegais

Durante a reunião, o governador ressaltou também a diferença das origens dos incêndios nos estados, que tem inúmeras razões em cada região. Um dos intuitos por trás das queimadas que ocorrem no DF, segundo ele, são para grilagem de terras, com a intenção de criar condomínios ilegais. “Aqui no DF, a característica do incêndio vem de uma grilagem urbana. Nosso caso mais emblemático aconteceu na nossa Flona [Floresta Nacional de Brasília], onde os criminosos começaram a colocar fogo na área federal e começaram a colocar barracos, moradias e fazer ruas”, explicou.

“E se tornaram florestas urbanas. Chegou ao ponto que para a gente fazer a regularização do 26 de setembro, tivemos a aprovação de uma lei no Congresso Nacional que permitiu tirar parte da Flona para transformar em cidade”, disse. “E essa é a característica. Dois criminosos que foram presos confessaram que estavam colocando fogo porque querem fazer condomínios habitacionais e ganhar dinheiro com a ilegalidade”, acrescentou.

Ele destacou ainda que foi justamente nas duas principais reservas do DF que pegaram fogo nas últimas semanas. O Parque Nacional de Brasília ainda enfrenta dificuldades com incêndio subterrâneo. “As dias são gerenciadas pelo ICMBio. Temos que incentivar uma parceria para que possamos obter êxito no combate aos incêndios. Temos um efetivo muito bom do Corpo de Bombeiros, um dos maiores do país”, disse, reforçando a importância do consórcio.

Reunião amigável

Sobre a reunião, o governador do DF destacou que foi “muito boa” e amigável. Segundo ele, os ministros Rui Costa, da Casa Civil; Waldez Góes, da Integração e do Desenvolvimento Regional do Brasil; e Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, fizeram as colocações iniciais e posteriormente ouviram todos os governadores e os representantes das associações dos municípios.

“O Rui Costa conduziu muito bem. […] Ficou acertado que trabalharemos em duas etapas de forma concomitante. A primeira encaminhando as demandas emergenciais ao ministro Waldez Góes e, após reunião dos consórcios regionais de governadores, apresentaremos as necessidades de uma política conjunta de combate às queimadas e às mudanças climáticas, sempre respeitadas as diferenças locais”, destacou o chefe do Executivo.

Para Ibaneis, esta pode ser uma boa oportunidade para garantir uma união efetiva de esforços em favor do meio ambiente e para reverter a crise climática no Brasil. “Se seguir nessa linha, pode ser um primeiro horizonte em um trabalho integrado na melhoria do clima e no combate aos efeitos extremos que estamos vivendo”, disse.

Por Vítor Mendonça do Jornal de Brasília

Foto: reprodução/Agência Brasília / Reprodução Jornal de Brasília