Dia do Profissional de Altas Habilidades: atendimento a superdotados no DF completa 45 anos

O deputado Leandro Grass, autor da lei que cria a data comemorativa, o atendimento no DF: “É um dos melhores programas de educação do mundo, uma joia preciosa da rede pública de educação"

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A Câmara Legislativa comemorou o Dia do Profissional de Altas Habilidades e Superdotação em audiência pública remota na tarde desta sexta-feira (20), transmitida ao vivo pela TV Web CLDF e pelo canal da Casa no Youtube, com participação pela plataforma e-Democracia. O autor da iniciativa, deputado Leandro Grass (Rede), destacou que o Atendimento Educacional Especializado em Altas Habilidades e Superdotação é um trabalho pioneiro do DF que existe desde 1976. “É um dos melhores programas de educação do mundo, uma joia preciosa da rede pública de educação do DF”, considerou. 

A data comemorativa (Lei 6.919/2021) é uma forma de “jogar luz no trabalho dos profissionais que garantem esse atendimento a milhares de crianças e adolescentes do DF”, afirmou, ao defender a valorização dos profissionais dessa área, que abarcam tanto os professores que atuam em sala de aula, quanto os professores itinerantes, psicólogos e pedagogos. Eles atendem estudantes que, segundo a definição adotada pelo Ministério da Educação, são indivíduos que apresentam notável desempenho ou elevada potencialidade em aspectos isolados ou combinados, como capacidade intelectual, aptidão acadêmica ou específica, pensamento criador ou produtivo, capacidade de liderança, talento especial para artes em geral e capacidade psicomotora.

Atualmente, há um polo de atendimento em cada regional de ensino, que inclui o atendimento psicológico voltado ao acompanhamento e testes aplicados, como diagnósticos e necessidades educacionais, além de equipe itinerante e áreas afins. Segundo o parlamentar, o trabalho especializado reúne recursos que possibilitam entender o comportamento e despertar o que há de melhor nas pessoas com altas habilidades a fim de desenvolver suas potencialidades. 

Ao frisar os 45 anos do atendimento educacional especializado no DF, a professora Viviane Moraes, de Santa Maria, contextualizou o serviço e apontou seus principais marcos, como o referencial teórico adotado desde 1999, o Modelo dos Três Anéis, e em 2005, a criação dos Núcleos de Altas Habilidades no DF, pioneiro no País. 

De Sobradinho, a professora de Linguagem, Rachel Rabelo, chamou a atenção para a importância da visibilidade para o Atendimento de Altas Habilidades e os talentos dos estudantes, que precisam do apoio da gestão escolar e a parceria das famílias.

Experiências e desafios

Diversos profissionais relataram suas experiências e desafios, como a psicóloga da Escola Classe 64 de Ceilândia, Rachel Marinho, que testemunhou sua “realização profissional e pertencimento” ao atendimento oferecido a cerca de 150 estudantes. Para ela, “cada criança que chega é um diamante bruto a ser lapidado, com potencial a ser desbravado e aprimorado”, ao observar que, nesse caminho, o trabalho em equipe é fundamental. A também psicóloga Janaina Medeiros, do Centro de Ensino Fundamental 1 do Guará, enfatizou o atendimento a 107 estudantes durante a pandemia, desafio enfrentado pelo fortalecimento dos vínculos para troca de conhecimentos.

Assim como os profissionais de educação, estudantes do programa narraram suas trajetórias, a exemplo da aluna egressa do polo de Samambaia, Renata Ataíde, de 27 anos. Ela contou que graças ao curso de Altas Habilidades pode aprimorar suas habilidades. “Sinto orgulho em dizer que hoje vivo da arte, com estúdio próprio de tatuagem”, disse. O ex-aluno Gabriel Bispo, de 22 anos, graduado em Design Gráfico, relatou que o programa em Altas Habilidades permitiu-lhe perceber e desenvolver suas capacidades. Ambos foram alunos da professora de Artes, Sandra Martins, do polo de Samambaia. Já a aluna Maria Luisa de Moraes narrou sobre o apoio educacional e emocional obtido no Polo de Altas Habilidades do Recanto das Emas.

Por sua vez, a representante das famílias dos estudantes de Altas Habilidades, Janaína Fonseca, mãe do aluno do CEF 15 de Taguatinga, Luiz Eduardo Dorneles, deficiente visual de 14 anos, agradeceu a dedicação e a “afetividade” dos professores. Nesse sentido, Leandro Grass reforçou que a sociedade precisa enxergar nos profissionais de educação uma parceria e um apoio no desenvolvimento das crianças e adolescentes, algo que o programa é exemplo. Por fim, o distrital completou que foram destinados R$ 210 mil, em emenda parlamentar, aos polos de Altas Habilidades do DF. 

Leia Mais: Teorias sobre altas habilidades e superdotação

Por Franci Moraes – Agência CLDF com informações de Sandra Barreto da Gazeta do DF

Foto: Reprodução/TV Web CLDF