Em Tramitação – Projeto quer proibir comercialização de medicamentos “anti-cio”

Segundo veterinários, o uso dos hormônios pode causar doenças graves nas fêmeas com apenas uma aplicação. Proposta é do deputado Daniel Donizet

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À primeira vista, pode parecer uma solução simples e barata para impedir que cadelas e gatas tenham filhotes. Os medicamentos “anti-cio”, um tipo de vacina que funciona como uma pílula anticoncepcional, são encontrados facilmente em pet shops, casas de agropecuária e até em algumas clínicas veterinárias a preços baixos. O problema é que eles são um perigo para a saúde do animal.

Presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Animais na Câmara, o deputado distrital Daniel Donizet (PL) quer proibir a comercialização e aplicação dessas “vacinas” no Distrito Federal. Após se reunir com veterinários e protetores de animais, ele elaborou o projeto de lei 1.359/2020, que, se aprovado, poderá enquadrar donos de estabelecimentos e profissionais que aplicarem e/ou venderem o medicamento no crime de maus-tratos.

“Hoje em dia, esses medicamentos são vendidos livremente, sem nenhuma orientação ou recomendação. Muitas vezes, quem compra e aplica nem sabe o risco que está oferecendo ao pet. Não podemos permitir que nossos animais continuem adoecendo e morrendo pelo uso de medicamentos comprovadamente prejudiciais à saúde deles”, destacou Daniel.

Segundo a veterinária Alessandra Mendes, fêmeas que usam o medicamento apenas uma vez já correm o risco de desenvolverem doenças graves como câncer e piometra, infecção uterina que pode levar à morte. “Trata-se de uma bomba hormonal. Sou totalmente contra o uso desses medicamentos”, afirmou.

Alessandra disse que não aplica de forma alguma o “anti-cio” em sua clínica. Ela alerta que o uso desses hormônios pode gerar complicações até mesmo na hora da aplicação. “A carga hormonal é tão grande que o local pode necrosar, formar abcessos e até causar uma parada respiratória no animal”, explicou.

Castração

A veterinária insiste que só existe um meio seguro de evitar a procriação dos animais. “A castração é a única forma recomendável para se resolver o problema. Hoje em dia, está mais fácil conseguir a cirurgia do que antigamente. Além de estar mais em conta, existe o Programa de Castração gratuita de cães e gatos do Instituto Brasília Ambiental. Cabe ao tutor, correr atrás disso para evitar ter problemas maiores no futuro”, alertou Alessandra.

O deputado Daniel Donizet é um fiel defensor da castração promovida pelo Poder Público. Desde que assumiu o mandato, em 2019, ele tem destinado recursos para o Programa de Castração do Ibram, que inclui clínicas conveniadas e o Castra Móvel.

De 2019 pra cá, mais de 16 mil cães e gatos do DF foram castrados de forma gratuita pelo programa. No primeiro trimestre deste ano, o número de procedimentos realizados foi recorde: quase 3,5 mil animais castrados pelo Ibram.

“Tenho trabalhado, junto ao Ibram, para levar as castrações gratuitas para todo o DF. Neste momento, o órgão está cadastrando novas clínicas que participarão do programa. A ideia é conseguir o maior número possível de clínicas conveniadas para que as castrações não parem. Aumentar a quantidade de castrações públicas realizadas no DF, atendendo, inclusive, os grandes plantéis, é uma das prioridades do meu mandato”, concluiu Daniel.

* Com informações da assessoria de comunicação do deputado Daniel Donizet

Por Agência CLDF com informações de Sandra Barreto da Gazeta do DF

Foto: Reprodução Web