Morre paciente com 300 quilos que aguardou cinco dias por vaga em UTI em colchão no chão

0
260

Carlos Alberto Félix da Silva havia sido transferido neste sábado (28/11/20) para o Hospital Giselda Trigueiro em Natal RN, que preparou cama adaptada para recebê-lo.

O paciente que pesava cerca de 300 quilos e aguardou cinco dias em um colchão no chão de uma unidade de saúde para ser internado em uma cama na UTI morreu na manhã deste sábado (28/11/20) no Hospital Giselda Trigueiro, em Natal. Carlos Alberto Félix da Silva, de 41 anos, foi reanimado depois de duas paradas cardiorrespiratórias, mas não resistiu à terceira.

“Pelo menos, teve um pouco de dignidade no fim da vida, não estava no chão e recebeu toda a atenção e cuidado possível. Infelizmente, estava muito grave”, disse o diretor do Giselda Trigueiro, André Prudente.

Carlos Alberto estava com insuficiência cardíaca e rabdomiólise, que é uma degradação do tecido muscular que libera uma proteína prejudicial no sangue. O exame dele de Covid-19, uma suspeita inicial, deu negativo.

O paciente procurou o Hospital Regional de João Câmara, a 74 km de Natal, na segunda-feira passada (23) ao apresentar dificuldade de respirar e ficar com lábios e dedos roxos, além de batimentos cardíacos fracos. Na quarta-feira (25/11/20), a equipe médica o intubou para ele respirar com ajuda de aparelhos.

Sem uma cama que pudesse suportar o peso dele, a unidade de saúde optou por colocá-lo em um colchão no chão. A direção do Hospital Regional de João Câmara disse que “devido à doença crônica que o paciente” tem, fez o “possível para deixá-lo o mais cômodo possível”

Na sexta-feira (27/11/20), a família dele conseguiu na Justiça o direito a um leito de UTI em um hospital de Natal para que ele pudesse receber o tratamento adequado.

Ele foi transferido, então, na madrugada deste sábado (28) para o Hospital Giselda Trigueiro, que já havia aceitado a transferência do paciente antes mesmo da decisão judicial. Para recebê-lo, o hospital preparou uma cama adaptada, unindo duas que suportam até 200 quilos.

Por Por Leonardo Erys, G1 RN com informações de Sandra Barreto da Gazeta do DF

Foto Reprodução