O elenco de “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada”, série que retrata a vida da socialite antes de ser morta a tiros pelo companheiro em 1976, se envolveu de forma pessoal com a história. Ao ler o roteiro, os atores imediatamente caíram no choro, segundo a atriz Renata Gaspar.
Em conversa exclusiva com a CNN, os atores da produção relembraram de momentos e cenas marcantes que viveram no set de filmagens.
“Primeiro que foi muito forte ouvir o podcast, a reparação histórica que rolou de contar a versão da Ângela da história”, começou Renata Gaspar, intérprete de Gilda Ribeiro, uma das amigas da socialite.
A nova série tem como base o podcast “Praia dos Ossos”, da Rádio Novelo, e revisita a história de Ângela Diniz, uma mulher que, por sua liberdade e autonomia, desafiou os padrões impostos às mulheres e foi brutalmente punida por isso. Seu último relacionamento terminou em tragédia quando foi assassinada com quatro tiros à queima-roupa pelo namorado Doca Street (Emilio Dantas).
“Nos envolvendo com os personagens, eles estando no nosso dia a dia, ainda mais o arco do que acontece no final, porque ele acaba de uma maneira muito bonita, nós choramos muito”, complementou Gaspar. “Todo mundo começou a chorar no final, quando terminou. Eu acho que a gente estava sentindo sobre falar muito sobre mulheres reais.”
Camila Márdila, que vive outra amiga da protagonista, a socialite Lulu Prado, também comentou sobre o momento em que a trama a emocionou.
“Chegam muitos papéis de mulheres que retratam a nossa sociedade, que é infelizmente marcada pela violência de gênero. E esse tipo de papel é como se fosse uma coisa atávica, quase como se nossos corpos carregassem essas histórias em si simplesmente por sermos mulheres. Mesmo que você não tenha passado por uma violência, a gente sente muito, e senti muito no dia em que lemos o roteiro.”
Ao longo dos episódios, o espectador mergulha nas relações da socialite com amigas e a filha. Para Marjorie Estiano, a cena mais marcante, que a fez ficar com lágrimas nos olhos ao relembrar, foi justamente uma interação com a filha de Ângela.
“Tem um momento em que a Ângela volta para casa, ela está morrendo de saudade da filha, e aí ela volta para a casa da mãe para encontrar com a filha. Ela leva um disco da Rita Lee e coloca ‘Ovelha Negra’ e elas dançam juntas. É uma cena que me emociona muito”, contou a atriz, com a voz embargada.
Yara de Novaes, quem dá vida à Maria Diniz, mãe da protagonista, disse que se colocar no lugar de mãe doeu muito.
“Eu tive algumas cenas que me emocionaram muito, por exemplo, uma cena da decepção da Ângela e da filha quando ninguém vai ao aniversário da menina, dói muito. Essa sociedade chega dilacerando aquela mulher e a filha dela”, contou.
“A chegada e partida do Rio de Janeiro também foi muito marcante. Quando a minha personagem olha para o Doca e intui que ele não era um cara legal. Na hora que ela desce, vai embora, foi como se fosse a última vez que que eu vi minha filha. É duro, né?”, concluiu.
Por Gazeta do DF
Fonte CNN Brasil
Foto: Divulgação/ HBO Max













