GDF usa tecnologia de ponta para desobstruir bocas de lobo e garantir o bom funcionamento de sistema de drenagem

Robôs e caminhões de hidrojateamento realizam serviço contínuo de limpeza e manutenção para prevenir alagamentos durante as chuvas

Mesmo que os alagamentos sejam visíveis e causem transtornos à população, o trabalho para evitá-los ocorre “nos bastidores” das cidades. No Distrito Federal, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) utiliza tecnologia de ponta para limpar e desobstruir as bocas de lobo, o que garante o funcionamento das redes de drenagem e evita alagamentos durante as chuvas.

Esse serviço é executado com caminhões chamados ultra vacall. O equipamento combina dois sistemas — hidrojateamento e sucção a vácuo — com o objetivo de desobstruir bocas de lobo e galerias, além de remover resíduos que podem causar alagamentos no período chuvoso.

“É um serviço com tecnologia diferente de tudo que existe no mercado hoje. Outros estados têm equipamentos, mas não com a mesma potência dos nossos caminhões. O equipamento faz o jateamento da rede, empurrando o resíduo para a boca de lobo e, depois, succiona tudo com a bomba de vácuo”, explica Dyennifer Koga, gerente de licitações e contratos do consórcio GNN, que presta serviços terceirizados para a Novacap.

Após a limpeza, um robô percorre a rede pluvial registrando imagens e vídeos. O equipamento identifica trincas, rachaduras e até ligações clandestinas de esgoto, apontando os pontos que precisam de reparo. “Os equipamentos são diferenciados. O robô de inspeção faz o mapeamento de forma totalmente automatizada e temos um software para analisar esses dados. Com base nesse levantamento, a equipe repassa as informações à Novacap, que toma as medidas cabíveis”, completa Dyennifer.

O trabalho segue um cronograma definido pela companhia para atender todas as regiões administrativas e garantir que estejam preparadas para o período de chuvas. Segundo a representante do consórcio, neste momento há equipes em Taguatinga, Asa Sul e Asa Norte, além de times de prontidão para emergências em todo o DF, atuando em situações críticas durante o período chuvoso.

“É importante que a população entenda a relevância do serviço. Se jogarem lixo nas ruas depois da limpeza, as bocas de lobo entopem novamente. O trabalho é contínuo, mas com a colaboração de todos fica mais rápido e é possível atender mais áreas”, afirma Dyennifer.

Esforço coletivo

José Humberto de Souza mora na QNL há 53 anos e acredita que esse trabalho do governo tem ajudado a evitar alagamentos nas ruas. “É importante que o governo se preocupe com as bocas de lobo, porque, se não estiverem limpas, a água não consegue escoar. Esse trabalho depende tanto da população, para não jogar lixo, quanto do governo”, ressalta o aposentado.

Nancy Nascimento também mora na QNL e valoriza o trabalho da Novacap. “Temos árvores que soltam muitas folhas. Quando a chuva vem, a água leva tudo pelos becos. Graças à limpeza das bocas de lobo, os riscos de alagamentos são diminuídos. A gente se esforça para manter a rua organizada, e muitos vizinhos colaboram, mas ainda há quem jogue lixo nas ruas”, diz a dona de casa.

Balanço

Na última semana, em Ceilândia, foram limpas e desobstruídas 37 bocas de lobo na Avenida Leste, uma das principais vias da região. Na QNM 27, a galeria de águas pluviais também recebeu limpeza. Além disso, foram feitas podas de árvores na mesma quadra e na Via O-4, em Ceilândia Norte.

Até agora, os trabalhos já retiraram mais de 150 toneladas de entulho e resíduos de locais como o canteiro central da Avenida Hélio Prates e das quadras EQNN 03/05, EQNM 23/25, EQNM 21/23 e QNM 28.

Além da limpeza, a Novacap continua ampliando e readequando os sistemas de drenagem em áreas com sobrecarga durante as chuvas. Segundo a companhia, as principais frentes de trabalho incluem Asa Norte, Asa Sul e Lago Sul, onde foram feitas ampliações da rede pluvial e instaladas novas captações para melhorar o escoamento da água em locais que costumam registrar acúmulo.

Por Gazeta do DF

Fonte Agência Brasília

Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília