Marco expressivo da trajetória verde-amarela na Canoa Havaiana, o vice-campeonato brasileiro conquistado no Pan-Americano de 2025, disputado em novembro, na Ilha de Páscoa, passou pelos remos de Brasília. A competição realizada no berço da modalidade, a Polinésia, foi encerrada de forma positiva para o remo havaiano do Brasil. Foram 39 medalhas. Apenas os anfitriões, com 43, foram melhores. Venezuela, Peru e Chile também participaram.
Das quase quatro dezenas de subidas ao pódio, três modalidades diferentes levaram o nome da capital federal. Na prova Mista, Felipe Terrana, Matheus Vieira e Thiago Vieira ficaram com a prata. Mesma cor da medalha conquistada por Rafael Maia no Master 40. A formação composta por Rafael Maia, João Alberto Lopes, Caio Uchôa, Felipe Terrana, Matheus Vieira, Thiago Vieira e Rudah Bosi ainda alcançou o vice-campeonato da Teka Varua Rapa Nui, a Volta à Ilha de Páscoa, de 60 quilômetros de extensão.
As primeiras remadas da rota de sucesso aconteceram nas águas do Lago Paranoá. Criada em 2018, a Va’a Brasília é a responsável por ditar o ritmo. Inicialmente, tratava-se de um grupo de atletas de canoagem e stand up paddle. A chegada do interesse pela modalidade, então, se materializou em viagens vitoriosas pelo mundo. Os Monkeys Rasta, como foram carinhosamente apelidados, já estiveram presentes em campeonatos Brasileiros, Mundiais e Pan-Americanos.
As conquistas incluem o vice-campeonato mundial de sprint em 2022 (V12 Clubes); o 3º lugar no Mundial de Sprint 2024 (V12 Elite), e os títulos de campeão e vice-campeão brasileiro de sprint em 2018 e 2022. Em longas distâncias, subiu ao pódio do Brasileiro em 2021 e 2025.
Membro mais antigo do grupo, Rafael Maia é publicitário e rema há 15 anos. O início nas águas veio no stand up paddle. Vice-campeão brasileiro, resolveu testar a canoa havaiana para se aperfeiçoar. A paixão, a partir daí, tomou conta. “Vários convites vieram quando comecei a remar de canoa, em 2013. O objetivo era mesmo disputar alguma prova de expressão”, ressaltou. E, então, em 2017, a Va’a Brasília foi criada. Junto de outros remadores, Rafael alcançou o objetivo desejado.
“Estou na formação desde o início de tudo. Fui a três mundiais, além dos brasileiros e do Pan-Americano. Estivemos no Taiti, no Havaí, na Ilha de Páscoa… é muito gratificante. Hoje, inclusive, sou dono de um clube de remo, o Kaluanã”, orgulhou-se.
Também presentes na campanha do Pan-Americano, Felipe Terrana e Caio Uchôa destacam a rotina vivida junto à canoa, assim como o processo de montagem da equipe e o crescimento da modalidade em Brasília.
Além da rotina intensa, Caio explica que, antes dos torneios, é preciso estar nos locais de prova com antecedência. Não é fácil. Temos uma rotina cheia de treinos intensos e necessidade da manutenção do condicionamento. Precisamos chegar dias antes das competições para nos adaptarmos ao balanço e às especificidades do mar. Sempre entramos no mar com a mentalidade de um aprendiz. Isso nos une e nos permite encontrar a sincronia em menos tempo do que outras equipes”, explicou.
Felipe conta que a ideia de juntar a equipe aconteceu com a chegada de resultados positivos. A partir daí, os convites começaram a seguir. Em seguida, as bases do que vieram a se tornar em outras equipes, como a Capiva’a, na qual é, hoje, instrutor e sócio. “A gente foi criando essa ideia de ter o time de Brasília na época em que começamos a ver os resultados. Nos juntamos e vimos o potencial do que estávamos fazendo”, relembrou.
Também chegado à canoa por meio de outro esporte aquático, o surfe, Terrana conta que grande parte do crescimento do Va’a se deu pelo interesse de muitos em modalidades do tipo e pela facilidade em conseguir condicionamento físico expressivo com a prática. Ele ainda aponta outro fator determinante: a pandemia.
“Depois do lockdown, muitas pessoas procuraram um esporte ao ar livre, para sair de dentro das academias. Então vimos um crescimento bem legal”, avaliou. “Estamos com 14 bases aqui em Brasília. Vemos até times mais jovens, o que é importante para o crescimento aqui na cidade. Apesar de precisarmos competir e treinar em um lago, o que é bem diferente de remar no mar, temos conseguido manter essa base forte e crescente”, completou.
Por Gazeta do DF
Fonte Correio Braziliense
Foto: Divulgação / Pan-americano de Va’a Rapa Nui















