Curta Brasília: veja os vencedores da premiação

Curta Brasília — Festival Internacional de Curta-metragens encerrou ontem a 13ª edição consagrando os melhores de 120 filmes em 11 mostras exibidas no Cine Brasília

Em um mar de breves histórias apresentadas na tela do Cine Brasília (EQS 106/107), por quatro dias, destacou-se um enredo longo e sólido: na 13ª edição do Curta Brasília — Festival Internacional de Curta-metragens, encerrada ontem foram apresentados 120 filmes, em 11 mostras de caráter gratuito. Ontem à noite foi o momento de o público conhecer vitoriosos nas mostras competitivas — com direito a prêmio especial do Correio. Cinco categorias contaram com troféu Curta Brasília conjugado com premiações em dinheiro. Neste ano, o Festival Internacional de Curta-Metragem apostou nas vozes africanas, com espaço para produtos de Angola e Cabo Verde.

Os melhores filmes da competitiva nacional foram Ponto cego (de Luciana Vieira e Marcel Beltrán), filme que discute a tentativa de invisibilizar uma profissional do setor de segurança. Segundo o público, foi eleito Sebastiana (de Pedro de Alencar, que venceu ainda melhor roteiro). Sebastiana é um documentário que trata de uma notícia questionável de um caso de imolação, no começo do século 20. Com o troféu Cinememória houve reverência para o melhor documentário: Cabeça de boi (de Lucas Zacarias). No curta, há o desvendar de símbolos arcaicos ligados ao contraponto entre poder e achatamento social.

Em um dos destaques, o melhor curta do Distrito Federal foi escolhido por equipe do Correio. A justificativa para a eleição do filme de Pablo Gonçalo foi: “(Premiamos) Pela mestria na tradução cinematográfica do conto Osmo, de Hilda Hilst, uma das mais importantes escritoras brasileiras, com apuro no roteiro, na direção de atores, na fotografia e na montagem”. No filme, a personagem Kaysa leva o perturbado Osmo para uma dança definitiva.

Em categorias técnicas, venceram O mapa em que estão meus pés (fotografia e montagem), Arame farpado (pela direção de Gustavo de Carvalho), enquanto, do curta Linda do Rosário saiu a melhor atuação, prêmio reservado a Valéria Monã.

Para além de uma homenagem à produtora Zita Carvalhosa (com expressão nacional, e morta em julho passado) alguns nomes de peso da produção de filmes, como Henrique Siqueira, Filipe Gontijo, Lila Foster e Susanna Lira, tomaram assento na festa. Hodari, artista local, duas vezes indicado ao Grammy Latino, também marcou presença no evento.

“Foi uma edição marcante com a vinda de artistas de várias cidades e países como Angola, Equador, Portugal. Ver a troca com a turma de Brasília mostra como festivais são fundamentais para intercâmbios, daí, começam parcerias e há expansão de olhares, sempre. E o espaço de realidade virtual, lotado, mostra a curiosidade de diferentes gerações por novas narrativas”, observou a diretora do evento Ana Arruda.

Em um universo de 1.519 inscritos, os 120 filmes pinçados pela seleção tiveram ampla representatividade da Amazônia Latina (Brasil, Peru e Equador) e África (bússola da mostra Sankofa, em que As aventuras de Angosat, de Resem Verkron e Marc Serena, sagrou-se campeão).

Mais prêmios

No segmento videoclipe, da Mostra Decibéis, venceram Paracetamono — Sr. Coimbra (de Tássia Araújo) e Ensino Médio — Fehlix (júri popular), de Deidade da Vila. Com veia democrática, e integração de votação do público infantil, da sessão Calanguinho saiu o premiado Uma cidade diferente, de Rui Rodrigues Neto e Karina Galvão.

Já tradicional, a Mostra CVR — que demarcou pioneirismo do festival na exploração e disposição de tecnologia, à mão do público, — trouxe o interesse da realidade aumentada, por meio de óculos especiais que calibraram a sensação imersiva dos espectadores. Junto com filmes de animação, houve caráter inclusivo para mostras integradas no programa, como Surdocine (em quem, por júri popular, chegou-se ao filme vencedor Entre sinais e marés, de João Gabriel Ferreira e João Gabriel Kowalski) e AudioCine.

Por Gazeta do DF
Fonte Correio Braziliense
Foto: Lunares Ayla/Divulgação