A Netflix divulgou nesta sexta-feira (5) a aquisição da Warner Bros. e da HBO em um acordo de US$ 72 bilhões (cerca de R$ 390 bilhões, de acordo com a cotação atual).
Isso quer dizer que a Netflix agora será dona do estúdio de cinema e televisão, além de seus ativos, como o serviço de streaming HBO Max. A fusão criaria uma gigante do entretenimento por streaming (setor em que a Netflix já ocupa o primeiro lugar) e acabaria com uma das maiores rivalidades da indústria da mídia da última década.
Por isso, a compra ainda depende da aprovação regulatória do governo, e alguns analistas preveem uma batalha política e jurídica amparada pela legislação antitruste.
O que pode mudar nas plataformas de streaming?
No comunicado divulgado pela Netflix à imprensa, a empresa dá a entender que pretende unificar os catalógos de ambas as plataformas de streaming.
“Franquias, séries e filmes adorados, como ‘The Big Bang Theory’, ‘Os Sopranos’, ‘Game of Thrones’, ‘O Mágico de Oz’ e o Universo DC, se juntarão ao extenso catálogo da Netflix, que inclui ‘Wandinha’, ‘La Casa de Papel’, ‘Bridgerton’, ‘Adolescência’ e ‘Extraction’, criando uma oferta de entretenimento extraordinária para o público mundial”, diz o texto.
Para Pedro Teberga, professor e especialista em negócios digitais, isso deve se traduzir em uma melhor experiência para o usuário: “Com menos serviços disputando atenção, o processo de escolher onde assistir a um filme ou série fica mais simples e menos desgastante.”
Mesmo assim, é improvável que a marca HBO – um nome consolidado há décadas na indústria – despareça. No comunicado a imprensa, a Netflix esclareceu que “espera manter as operações atuais da Warner Bros. e expandir seus pontos fortes, incluindo os lançamentos de filmes nos cinemas”.
“A tendência, pelo menos no começo, é que exista uma integração de operações e de acervo, mas sem eliminar totalmente a identidade da plataforma adquirida”, acrescentou Teberga.
O especialista ainda disse que, contrariando os temores de alguns usuários, o preço da assinatura do serviço de streaming não deve subir – pelo menos não imediatamente.
“Essas fusões geralmente fortalecem o ecossistema, ampliam o valor do catálogo e geram sinergias que diminuem custos internos”, disse Teberga. “No curto prazo, portanto, o valor deve permanecer estável. A médio prazo, a unificação ajuda a reduzir despesas com aquisição de conteúdo e melhora a coordenação entre as operações.”
“Mesmo que o número de competidores diminua, isso não implica automaticamente um reajuste para cima”, acrescentou.
“Quando olhamos para o mercado, o risco de embargo ou de restrições regulatórias seria maior se houvesse uma ameaça real ao consumidor, como aumento drástico de preço, exclusividade abusiva ou redução significativa da oferta. Mas esse não parece ser o caso agora, até porque existem diversos outros competidores fortes, como Amazon e Apple”, completou Teberga.
Por Gazeta do DF
Fonte CNN Brasil
Foto: Fernando Gutierrez-Juarez/picture alliance via Getty Images















