O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB) completa 60 anos em 2025 e chega à 58ª edição com novidades que reforçam sua tradição como o mais longevo e prestigiado evento do audiovisual no país. Em entrevista coletiva no Cine Brasília nesta quarta-feira (20), foram anunciados o artista homenageado da edição, a identidade visual, a dinâmica das mostras e a agenda multicultural que estará em cartaz entre 12 e 20 de setembro.
Nesta edição, o festival também ampliou o número de obras: serão 80 títulos exibidos ao longo de cinco dias. Além das mostras competitivas e paralelas, estão previstas conferências, atividades formativas, o Ambiente de Mercado e o tradicional Festivalzinho, voltado ao público infantil.
O secretário de Cultura e Economia Criativa, Claudio Abrantes, ressaltou que o evento reflete uma política de continuidade: “O Festival de Brasília sempre foi um dos maiores e mais prestigiados; Brasília faz parte da vanguarda do audiovisual brasileiro. A gente assume um protagonismo do ponto de vista da organização e planejamento, dando a possibilidade de viver esse momento do cinema brasileiro com um olhar de continuidade. Celebramos os 60 anos do festival investindo não só no Cine Brasília, mas em todo o audiovisual do DF”.
Conselho consultivo
Entre os anúncios feitos na coletiva, destacam-se a criação do Conselho Consultivo de Cinema e Audiovisual do DF, e ainda o lançamento do concurso público de projetos para a construção do anexo do Cine Brasília. Abrantes reforçou que a elaboração de um conselho de cinema e audiovisual para o Distrito Federal é algo singular, possibilitando uma consulta qualificada com quem faz cinema na capital.
“Isso é fruto do trabalho integrado do GDF com a Secretaria de Cultura, além de uma escuta constante a toda a comunidade que dialoga nessa área”, afirmou. “Temos, nas conferências do Festival do Cinema, grandes autoridades discutindo legislação e formas de fomento. Então não é só uma ação isolada; o GDF tem sido um indutor, não somente para colocar recursos, mas do ponto de vista de discutir.”
Homenagem histórica
A grande homenageada da 58ª edição do Festival de Brasília será a artista Fernanda Montenegro, que foi a primeira atriz premiada no FBCB, em 1965, pelo filme A Falecida, de Leon Hirszman. “Era inescapável essa homenagem, mais do que justa e merecida”, enfatizou a diretora-geral do festival, Sarah Rocha.
De acordo com a gestora, as novas iniciativas tornam o festival ainda mais potente, representativo e estrategicamente posicionado no calendário de eventos nacionais. “O Cine Brasília tem uma programação cada vez mais potente e com uma capacidade de atração de público cada vez mais visível”, lembrou. “É uma grande alegria poder apresentar essa programação, que foi trabalhada com muito esmero a partir de mais de 1.700 inscrições de filmes do Brasil inteiro.”
Vozes diversas
A sessão de abertura trará Agente Secreto, filme de Kleber Mendonça Filho premiado em Cannes (França). A programação contará ainda com produções inéditas e clássicos do cinema nacional restaurados. O diretor artístico do festival, Eduardo Valente, destacou que este ano haverá obras de mais de 15 estados, trazendo equidade de gênero com praticamente a mesma quantidade de diretores e diretoras, além da presença de cineastas indígenas e negros.
“Avaliamos esse total de filmes tentando buscar os que tenham relação com a história e a tradição do festival, títulos que de alguma maneira lidam com questões sociais e políticas importantes do Brasil, além de obras que têm interesse pela linguagem do cinema e o que ele pode propor”, detalhou o diretor. “O grande barato é ver que esse todo permite enxergar de um olhar mais amplo. A gente tem as cinco regiões representadas, permitindo a quem vem acompanhar essa semana ter realmente um cinema brasileiro à disposição”.
A grade completa da programação está na página oficial do festival, e as inscrições para as oficinas podem ser feitas até o dia 25 deste mês.
Por Gazeta do DF
Fonte Agência Brasília
Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília