Brasília Canta e se Despede: Gilberto Gil Faz Show Histórico na Capital

A lenda da música brasileira lotou o Mané Garrincha para Brasília cantar uma última vez os seus sucessos geracionais

Um dos maiores nomes da história da música brasileira se despediu oficialmente de Brasília na noite de ontem. Gilberto Gil encheu o Mané Garrincha de fãs e emoção para que as vozes do cantor e dos brasilienses se unissem em uma só pela última vez. Com aproximadamente duas horas de show, o artista seminal para cultura brasileira entoou os principais sucessos da própria caminhada e deu um adeus à altura do amor que a capital sente por ele.

Gil abriu o show colocando os brasilienses para cantar o delicioso “pápápápá pára” da faixa Palco e, a cada música que ele e a banda tocavam, mais os brasileiros entravam na última dança do baiano. Com os ingressos praticamente esgotados, o artista embalou a noite de uma multidão.

O cantor tem uma relação especial, quase única, com cada fã. Todos têm a própria história e um amor especial por alguma faixa em específico da carreira do músico que começou no fim da década de 1950 e se reinventou conforme o passar do tempo. 

“Na minha visão pessoal, assistir ao Gil resgata uma potência que, talvez, a gente tenha perdido. Traz de volta história, cultura, som e música. Isso é muito do Gil”, reflete o funcionário público Arthur Oliveira, 32, que também destaca como o público se aproxima do artista. “Ele vem com a negritude, vemos muitas pessoas pretas por aqui. Gilberto Gil representa toda a cultura brasileira”, completa.

“O Gil vem no arquétipo do pai para todos nós”, exalta Keynes Fortes, 46, funcionário público. O fã lembra que ele trouxe filhos e netos para o show de Brasília e transmite o sentimento de estar no evento: “Me sinto um pouco parte da família dele.

O funcionário público trata o músico baiano como uma entidade. “O Gil é axé, ele é luminoso. Um artista que sempre esteve conectado à realidade brasileira e ao Brasil profundo. Por isso tudo, ele é um pai”, destaca Keynes que chegou cedo e percebeu um clima especial. “Consigo ver várias gerações aqui. Tem de pessoas com o cabelo um pouco mais branco que o meu (risos) até crianças acompanhadas da família”, avalia.

Brasília  foi lar de outra faceta de Gilberto Gil. O artista frequentou a cidade também como ministro da Cultura. Dessa forma, o cantor dá esse derradeiro abraço no local que o acolheu na arte em todos os sentidos. A capital terá boas lembranças dessa lenda que, seja nos palcos, seja na Esplanada, conquistou o carinho de cada um que o acompanhou.

Estagiária sob a supervisão de Carmen Souza

Por Gazeta do DF

Fonte Correio Braziliense      

Foto: Guilherme Felix CB/DA Press