A endometriose, doença inflamatória crônica que afeta o sistema reprodutivo feminino, atinge uma em cada dez brasileiras em idade fértil, segundo dados do Ministério da Saúde. No mundo, estima-se que 190 milhões de mulheres convivam com a condição, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). O problema ocorre quando um tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero, afetando órgãos como ovários, trompas, bexiga e intestino.
Os sintomas mais frequentes são cólicas menstruais severas, dor pélvica crônica, dor durante as relações sexuais, sangramento irregular, além de alterações intestinais e urinárias no período menstrual. Mesmo com sinais intensos, o diagnóstico ainda costuma ser tardio, já que muitas mulheres acreditam que o desconforto é parte natural do ciclo.
Para o diagnóstico, os exames de imagem mais indicados são a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética da pelve com preparo específico. A detecção precoce da doença é essencial para melhorar a qualidade de vida e evitar complicações como infertilidade.
Licença
Na Câmara dos Deputados, tramita o Projeto de Lei nº 5.048/2023, que propõe a criação da “Licença-Endometriose” para servidoras públicas federais diagnosticadas com a forma severa ou incapacitante da doença. A proposta prevê o direito a, no mínimo, três dias consecutivos de afastamento por mês, sem prejuízo da remuneração, mediante perícia médica.
Além de tratamento medicamentoso ou cirúrgico, medidas complementares podem ajudar no controle dos sintomas. Alimentação anti-inflamatória, prática regular de atividades físicas, controle do estresse e sono de qualidade são aliados importantes no enfrentamento da endometriose.
*Estagiária sob supervisão de Rafaela Gonçalves
Por Alícia Bernardes do Correio Braziliense
Foto: Getty Images / Reprodução Correio Braziliense