Ações de combate ao feminicídio e outras iniciativas voltadas à mulher foram temas discutidos durante o CB.Poder — parceria entre Correio e TV Brasília — desta quarta-feira (12/3), que recebeu a secretária da Mulher (SMDF), Giselle Ferreira.
Aos jornalistas Adriana Bernardes e Ronayre Nunes, a gestora comentou que o GDF tem como meta alcançar o feminicídio zero. “Quando assumimos a secretaria, em março de 2023, tínhamos 10 casos no ano. Fizemos uma força-tarefa, com várias secretarias, para mudar algumas questões burocráticas, como a do Viva-Flor”, ressaltou.
“Além disso, intensificamos campanhas institucionais. Com isso, vemos que os números têm caído. Só que a gente que zerar, porque mesmo sendo uma vida, pode ser uma mãe, destroça toda uma família”, acrescentou Giselle Ferreira.
Por isso, de acordo com a secretária, a pasta está trabalhando com informações e campanhas. “Isso porque 70% das vítimas de feminicídio não tinham registro de ocorrência. E a gente sabe que, quando o Estado é acionado, salva as mulheres”, garantiu.
Calendário de atividades
No mês dedicado às mulheres, a secretaria lançou mais uma edição do Março Mais Mulher. Segundo Giselle, a ideia é unificar todas as ações, das secretarias de estado e das administrações, em um calendário. “Fazemos atendimento jurídico e de saúde, por exemplo, em todas as regiões administrativas. Hoje, temos 311 ações. Quem acessar o nosso site, vai saber onde elas estão ocorrendo”, comentou.
Além disso, de acordo com a secretária da Mulher, em todos os locais onde estão ocorrendo as ações do Março Mais Mulher, estão sendo levadas informações, como a do violentômetro. “É um assunto sobre o qual ainda temos que trabalhar muito em cima. Isso porque, às vezes, a mulher não sabe que está passando por algum tipo de violência”, lamentou.
Giselle aproveitou para explicar como a ferramenta funciona. “O violentômetro indica quando a mulher tem que tomar algum cuidado, quando tem que reagir ou quando está em sinal de alerta”, afirmou.
“No primeiro caso, é quando o homem faz alguma piada ofensiva, desqualifica, humilha, intimida e ameaça. A reação da mulher tem que vir quando ele machuca, controla, proíbe, empurra ou destrói bens pessoais. O alerta máximo fica para os casos de chutes, cárcere, abusos e ameaças com objetos ou armas. Tudo isso são os gatilhos com os quais a gente trabalha para que a mulher busque ajuda”, esclareceu a secretária.
Por Arthur de Souza do Correio Braziliense
Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press / Reprodução Correio Braziliense