As ações do Governo do Distrito Federal (GDF) para diminuir a violência contra a mulher e os investimentos na área, como a construção de mais quatro Casas de Mulher Brasileira, foram temas debatidos no CB. Poder — parceria entre Correio e TV Brasília — desta terça-feira (11/3), que teve como convidada a vice-governadora Celina Leão (PP). Aos jornalistas Denise Rothenburg e Carlos Alexandre de Souza, ela destacou a importância da capacitação de mulheres para reduzir os casos de violência doméstica.
“Esse trabalho de proteção à mulher precisa ser feito em rede, porque o crime acontece dentro de casa. Então, o vizinho faz parte da rede de proteção, a família também faz parte da rede de proteção”, afirmou Celina Leão.
A vice-governadora ressaltou a importância de denunciar os agressores. “É o principal instrumento para que as mulheres saiam do ciclo de violência. É inadmissível viver em um país onde 33% das mulheres sofrem algum tipo de violência”, destacou. Para ela, a mulher precisa começar a participar dos espaços de poder.
Segundo Celina, desde que assumiu como vice-governadora, os investimentos em políticas públicas voltadas para mulheres cresceram cerca de 746%. Mas ela acredita esse trabalho não pode ser feito por uma única secretaria. “A Secretaria de Segurança Pública tem um papel fundamental. Mudamos protocolos de atendimento a mulheres nas delegacias, como no caso do botão do pânico (projeto que dá um aparelho celular exclusivo para acionamento de emergência em caso de ameaças e violência). Ano passado, fizemos uma portaria que, se a mulher se sentir ameaçada, ela já sai da delegacia com o dispositivo sem precisar esperar decisão judicial”, comentou.
Ela lembrou que o público que participa de programas sociais, como Renova DF e Qualifica DF, é majoritariamente composto por mulheres. “Mais de 80 mil mulheres foram capacitadas por esses programas. Cerca de 70% do público é composto por elas.”. Celina comentou sobre a importância da qualificação profissional e independência financeira para a fuga do ciclo de violência. “Às vezes, a mulher tolera a violência devido aos filhos. Quando a mulher começa na vida profissional e começa a ter renda, ela cria coragem para pegar os filhos e sair, muitas vezes com uma mão na frente e a outra atrás. Até por isso temos nossas casas abrigos, como a Casa da Mulher em Ceilândia, e vamos construir mais quatro Casas da Mulher Brasileira”, enfatizou.
* Estagiário sob a supervisão de Eduardo Pinho
Por Luiz Fellipe Alves do Correio Braziliense
Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press / Reprodução Correio Braziliense