O processo de redemocratização do Brasil e a importância de discussões democráticas no Congresso foram temas do CB. Poder — parceria entre Correio e TV Brasília — desta segunda-feira (10/3), que teve como convidada Maria de Lourdes Abadia (PSDB), ex-deputada constituinte e ex-governadora do Distrito Federal. Aos jornalistas Ana Maria Campos e Carlos Alexandre de Souza, ela também comentou sobre males trazidos pela polarização política e sobre a importância do seminário Democracia 40 anos: Conquistas, Dívidas e Desafios, que será realizado em 15 de março, com o apoio do Correio Braziliense.
“Estamos atravessando um momento de muita expectativa e ansiedade. Vemos o país dividido com muitos conflitos, muitas fake news, e parece que o Brasil está se separando. Esse evento (no próximo sábado, 15/3) relembrando e reforçando a importância da democracia é fundamental”, afirmou Maria de Lourdes sobre a polarização política no país. O evento em celebração aos 40 anos da redemocratização brasileira, será realizado na mesma data em que José Sarney tomou posse como presidente do Brasil, em 1985, encerrando, assim, 20 anos de ditadura. O seminário, promovido pela Fundação Astrogildo Pereira e com o apoio do Correio Braziliense, será das 9h às 17h, no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília.
Ela também falou sobre o risco de golpe de Estado que o Brasil sofreu. “Passamos por um momento difícil e hoje em dia estamos vendo cada vez mais notícias horríveis sobre isso. Eu vejo a política como o maior instrumento para o fortalecimento da democracia. O que a sociedade brasileira assiste hoje é um espetáculo de luta e xingamentos”, avaliou.
Sobre os motivos que levaram à polarização no país, a ex-governadora avaliou como um fracasso político. “Acho que é um caso a ser estudado. Não sei se está faltando nas universidades, nas escolas, falar mais sobre a democracia”, disse.
Maria de Lourdes falou sobre as brigas que se tornam cada vez mais comuns em sessões no plenário da Câmara Federal. “Imagino o doutor Ulysses Guimarães vendo isso, acho que ele descia e botava muita gente para correr do plenário. Isso é muito ruim, porque imagina os jovens vendo essas brigas e o desrespeito, me incomoda muito”, completou.
Maria de Lourdes relembrou que veio de um tempo em que as discordâncias eram respeitadas. “Eu lembro que tínhamos extremos. Uma figura muito importante era o Jarbas Passarinho, que era de direita, e os outros senadores e deputados que representavam a esquerda, e havia respeito nas discussões e debates. Outra coisa importante é que quando falavam “É o Brasil”, todo mundo se juntava. Havia uma comunhão”, finalizou.
*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso
Por Luiz Fellipe Alves do Correio Braziliense
Foto: Reprodução/CB / Reprodução Correio Braziliense