SDU analisa eventos de chuvas urbanas intensas no DF

A análise de grandes eventos chuvosos registrados em Brasília entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025 foi apresentada esta semana pela equipe da Superintendência de Drenagem Urbana (SDU) da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa). Utilizando dados das 40 estações pluviométricas da Agência que integram o Sistema de Monitoramento de Chuvas Urbanas Intensas (SIMCURB), os técnicos mapearam as áreas com maior incidência de chuvas e compararam com registros de alagamentos e inundações divulgados pela imprensa nas mesmas datas e locais monitorados pela instituição.

A correlação entre os dados de precipitação, duração e tempo de recorrência das chuvas levantados pela Adasa e os transtornos registrados em diferentes regiões do DF aprimoram as informações contidas no estudo em andamento, desenvolvido pela superintendência durante o ciclo hidrológico atual.

Os dados das estações do SIMCURB e informações técnicas sobre a rede de drenagem do DF permitem à equipe da SDU identificar possíveis causas para as situações noticiadas, como chuvas intensas e localizadas em áreas onde o sistema de drenagem não foi projetado para suportar o  tempo de retorno observado. Além disso, foram registrados alagamentos em regiões que não possuem drenagem de águas pluviais, e em localidades onde, mesmo com chuvas abaixo do tempo de retorno estimado para a rede local, ocorreram adversidades. Esses resultados indicam potenciais problemas, como na manutenção ou subdimensionamento dos sistemas. *O tempo de retorno de chuvas é um conceito utilizado para estimar o intervalo médio – expresso em anos-  com que um evento de precipitação de determinada intensidade e duração pode ser esperado em uma área especifica.

“Com as informações detalhadas fornecidas por uma rede de estações pluviométricas de ampla capilaridade, o trabalho de análise dos eventos de chuvas urbanas intensas se torna mais eficiente e assertivo, permitindo uma correlação precisa entre as precipitações e os alagamentos registrados nas diversas regiões do Distrito Federal”, explicou Luciano Leoi, coordenador de Fiscalização e Monitoramento da SDU.

O diretor da Adasa Apolinário Rebelo destacou a importância do histórico de dados para a análise do comportamento das chuvas no DF e falou sobre ampliação da capacidade de monitoramento. “Há uma variação no índice pluviométrico dentro do espaço do Distrito Federal. Com término do ciclo das chuvas e dados comparativos de 2023-2024 e 2024-2025, teremos mais informações para estabelecer a ampliação da nossa rede pluviométrica”, afirmou o dirigente que também é o diretor responsável pela área de Drenagem Urbana da instituição.  

A Adasa está em processo de aquisição de 42 novas estações pluviométricas, o que permitirá a inclusão das regiões administrativas de Água Quente e Arapoanga no monitoramento, além de ampliar a rede nas demais regiões do DF. “Vamos identificar pontos cegos onde as novas estações poderão ser instaladas, para medir se, entre um ponto e outro, há precipitações significativas que podem ter causado uma inundação que não foi dimensionada com exatidão, devido a uma estação se encontrar em um ponto mais distante”, acrescentou Rebelo.

Rede de Monitoramento

A Adasa é responsável pela maior parte da rede SIMCURB, que atualmente conta com 62 estações. Além das 40 estações operadas pela Superintendência de Drenagem Urbana (SDU), a rede inclui duas estações da Superintendência de Recursos Hídricos (SRH), em parceria com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), 13 da Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb), quatro da UnB e três do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal (Brasília Ambiental). A meta é expandir o sistema com a aquisição de 42 novas estações de monitoramento: 20 substituirão equipamentos existentes nos pontos dos parceiros e 22 serão instaladas em novas localizações, ampliando a cobertura por todo o DF.

“As estações pluviométricas do SIMCURB registram com alta precisão cada evento de precipitação a partir de 0,2 mm de chuva, armazenando a data, hora, minuto e segundo da ocorrência. O datalogger, responsável por esse processo, consolida as informações a cada cinco minutos e as transmite ao servidor do SIMCURB Web, garantindo um monitoramento contínuo e confiável das chuvas”, explicou Geraldo Barcellos, chefe do Serviço de Tecnologia da Adasa (STI).

A ferramenta, desenvolvida pelo STI, oferece uma maneira prática e online de acompanhar os dados de precipitação registrados. Disponível no site institucional da Adasa, o SIMCURB facilita o acesso rápido a informações essenciais para a análise e tomada de decisão por parte das instituições governamentais. Além disso, permite que qualquer cidadão, mesmo sem conhecimentos técnicos, consulte dados sobre as estações, as precipitações diárias e o mapa de chuvas.

A longo prazo, com o registro de séries históricas e a ampliação do conhecimento sobre o regime pluviométrico em áreas urbanas, o sistema poderá apoiar órgãos do governo, como a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, na transmissão de alertas à população sobre áreas de risco de alagamentos e inundações.

Por Adasa

Foto: Adasa / Reprodução Adasa