Se estivesse viva, Dulcina de Moraes completaria nesta segunda-feira (3/2) 107 anos. Em celebração à data, o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do Distrito Federal (Condepac-DF), que costuma realizar suas sessões na terça-feira, reuniu-se no Auditório da Biblioteca Nacional de Brasília para votar a revalidação do tombamento do Teatro Dulcina de Moraes e dos acervos da atriz, além da inscrição do Ideário de Dulcina de Moraes no Ensino e no Fazer Teatral Brasileiro no Livro dos Saberes, reconhecendo-o como Patrimônio Imaterial do Distrito Federal. As propostas foram aprovadas e seguem para sanção do governador Ibaneis Rocha (MDB).
Os materiais fotográficos, textuais e cênicos de Dulcina já haviam sido tombados pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF), em 2007. No entanto, até 2023 o acervo permanecia em baús fechados, guardados nas instalações do teatro. Naquele ano, os itens passaram por um levantamento e a quantidade de vestidos, chapéus, óculos, fotografias históricas, objetos e anotações deixados pela atriz foi reconhecida.
Claudio Abrantes, chefe da pasta, declarou que o reconhecimento da herança deixada por Dulcina é extremamente importante para a sociedade e que a validação tem o objetivo de reafirmar e de proteger o tombamento.
Considerada por muitos a “primeira-dama” do teatro, Dulcina teve sua trajetória exaltada por conselheiros e membros da sociedade civil que marcaram presença na solenidade, como o ator Júnior Ribeiro, um dos responsáveis pela elaboração do parecer apresentado na sessão. Em um documento com cerca de 44 páginas, o grupo compilou informações sobre a trajetória da atriz e sua contribuição ao teatro brasileiro, além de alertar para a importância da preservação da herança cultural para as próximas gerações.
Para os responsáveis pela elaboração do parecer, o reconhecimento do Ideário de Dulcina de Moraes no Ensino e no Fazer Teatral Brasileiro como bem cultural imaterial é uma forma de admitir a importância e de preservar suas contribuições, não apenas como memória viva, mas como força cultural que continua a influenciar as artes cênicas, o teatro brasileiro e a educação teatral até os dias atuais.
Por Letícia Guedes do Correio Braziliense
Foto: Letícia Guedes CB DA Press / Reprodução Correio Braziliense