O secretário de Segurança Pública (SSP-DF), Sandro Avelar, disse estar “profundamente consternado” com o caso do delegado Mikhail Rocha e Menezes, 46 anos, preso nesta quinta-feira (16/1) depois de atirar em três mulheres em um suposto surto.
Ao Correio, ele disse que o episódio está sendo investigado pela Polícia Civil (PCDF). “A corporação está comprometida em adotar todas as medidas cabíveis e oferecer a atenção que o caso exige”, garantiu.
O gestor reconheceu que a saúde mental dos servidores da segurança pública é um desafio. “Especialmente diante do alto nível de estresse a que esses profissionais são submetidos, salvando vidas, mesmo nos períodos de folga”, pontuou. “Nosso esforço é constante para fornecer toda a infraestrutura e o suporte necessário, visando melhorar as condições de atuação dos nossos policiais”, acrescentou.
“Questão complexa”
De acordo com o secretário, atualmente, os servidores de todas as forças de segurança contam com apoio psicológico. “No entanto, essa é uma questão complexa, que exige a análise criteriosa dos profissionais da área de saúde. São eles os responsáveis por avaliar e decidir se os agentes estão aptos a exercer suas funções regularmente”, ponderou. “Aumentamos, em mais de 80%, os recursos destinados a ações de qualidade de vida no trabalho das forças de segurança”, ressaltou Sandro Avelar.
Ainda segundo o gestor da SSP-DF, foram investidos R$ 3 milhões na construção do Centro de Atenção Biopsicossocial (CAB). “É um espaço que será dedicado à valorização profissional de policiais e bombeiros. O novo centro irá ampliar os serviços na área de saúde mental, oferecendo atendimento especializado em transtornos psíquicos”, explicou. “Estamos comprometidos em proporcionar melhores condições para os nossos profissionais”, enfatizou. A inauguração do CAB está prevista para o primeiro semestre deste ano.
Internação
Mikhail Rocha e Menezes deu entrada no Hospital de Base e está internado na ala psiquiátrica. A reportagem apurou que a internação veio após Mikhail apresentar falas desconexas no Instituto de Medicina Legal (IML).
Fontes policiais contaram que o delegado dizia não se lembrar de ter atirado nas mulheres. Até a manhã desta sexta-feira (17/1), ele seguia na ala psiquiátrica.
Crime
A tragédia ocorreu na manhã desta quinta-feira. Mikhail tomava café na cozinha de casa, no Condomínio Santa Mônica, no Jardim Botânico, quando atirou contra a mulher, Andréa Rodrigues Machado, 40, e a empregada doméstica Oscelina Moura Neves de Oliveira, 45.
O delegado deixou o condomínio e seguiu para o Hospital Brasília, no Lago Sul, buscando atendimento para o filho, que teria sido atingido por estilhaços de arma de fogo. No pronto-socorro do local, ele atirou contra a enfermeira-chefe Priscila Pessoa, 45.
Policiais militares receberam as informações e montaram uma espécie de cerco para a captura do delegado. Na altura da QI 23 do Lago Sul, Mikhael foi abordado. Os PMs montaram uma barreira e deram ordens de parada.
Por Arthur de Souza do Correio Braziliense
Foto: Kayo Magalhães/CB/D.A Press / Reprodução Correio Braziliense