Um novo ciclo político começa nos municípios

A nova gestão de mais de 5 mil prefeitos eleitos no Brasil é o retrato político das cidades em 2025

Nesta quarta-feira, 1º de janeiro de 2025, mais de 5 mil prefeitos eleitos em todo o Brasil tomarão posse para iniciar os mandatos de quatro anos. O cenário político municipal, redesenhado pelas eleições de 2024, traz nuances importantes: partidos de centro e centro-direita consolidaram sua liderança, enquanto a participação feminina avançou de forma tímida, mas constante. O Partido Social Democrático (PSD) emergiu como o grande vencedor das eleições municipais de 2024, elegendo 891 prefeitos. O partido consolidou sua presença tanto em pequenos municípios quanto em cidades de médio porte, com destaque para sua expansão em estados do Norte e Nordeste.

O MDB (Movimento Democrático Brasileiro), tradicional força política no comando das cidades brasileiras, conquistou 864 prefeituras, mantendo-se como um dos principais articuladores políticos no nível municipal. O Progressistas (PP), por sua vez, garantiu 752 prefeituras, consolidando sua força especialmente nas regiões Sul e Centro-Oeste. O Partido Liberal (PL) conseguiu eleger 510 prefeituras e o Partido dos Trabalhadores (PT) 248.

O ato de posse simboliza o início de uma nova etapa administrativa nos municípios, que carregam a responsabilidade de implementar políticas públicas essenciais nas áreas de saúde, educação, segurança e infraestrutura. Ao mesmo tempo, prefeitos eleitos enfrentarão desafios como adaptações à Reforma Tributária, redução de desigualdades regionais e modernização da gestão pública.

Mulheres eleitas

As eleições de 2024 registraram um aumento no número de mulheres eleitas para cargos de prefeitas. Foram 727 prefeitas eleitas, representando cerca de 13% dos municípios brasileiros. O número, embora ainda baixo, reflete um crescimento de 10% em relação às eleições municipais de 2020, quando 663 prefeitas assumiram o comando das cidades. O MDB conseguiu eleger 130 prefeitas, o PSD 104 e o PP, fez 89 prefeitas.

Apesar do avanço, o cenário continua desafiador quando se analisam as capitais, onde apenas duas mulheres foram eleitas prefeitas. Em Aracaju, Sergipe, Emília Corrêa do Partido Liberal, assume a prefeitura da capital e Adriane Lopes (PP) foi reeleita em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A presença feminina na política municipal ainda enfrenta barreiras estruturais, como o financiamento desigual de campanhas e o preconceito de gênero nos espaços de poder.

Por Vanilson Oliveira do Correio Braziliense

Foto:  DINO / Reprodução Correio Braziliense