Gilmar diz que mais pessoas podem ser indiciadas por tentativa de golpe

O ministro afirmou durante viagem a Lisboa que os fatos são graves e ainda vão ter desdobramentos na Justiça

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O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que novos nomes podem ser indiciados por tentativa de golpe de Estado. A declaração foi dada a jornalistas em Lisboa, onde o magistrado participa de um evento que ocorre nesta quinta-feira (28/11).

Gilmar afirmou que as revelações mais recentes de que foi criado um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, descoberto pela Polícia Federal, deve levar a situação a ter mais desdobramentos.

“Esse próprio fato agora, que versou sobre possível assassinato do presidente da República, do vice-presidente e do ministro Alexandre — e eventualmente de outros personagens —, foi um desdobramento das investigações. Então, é possível que haja ainda desdobramentos nessa linha”, apontou.

Para o ministro do STF, os fatos revelados são graves e ele acredita que ainda existem diversas situações para serem investigadas. “Eu espero que estejamos no meio desse novelo, nem no fim, nem no começo. Não é o fim, porque, obviamente, ainda não tivemos uma denúncia por parte do Ministério Público e nem julgamento, também não estamos no começo, porque imagino que todas essas bombas já foram desarmadas”, completou.

Gilmar ressaltou ainda que é importante que haja uma reforma para que militares não ocupem cargos civis ou no governo. Dos 37 indiciados pela PF por tentativa de golpe de Estado, associação criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, 25 são militares.

Democracia

O integrante do plenário da Suprema Corte frisou também que um dos objetivos da organização criminosa era descredibilizar o sistema eleitoral. “Daí todo o seu ataque às urnas eletrônicas, que nada mais era do que uma justificativa para alguma interrupção do processo de tomada de posse de Lula da Silva como presidente do Brasil”, disse.

Porém, apesar dos ataques, o ministro destacou que a democracia se mostrou forte.

“A democracia se provou resiliente, sólida, houve respostas. Estamos em meio a esse processo. Estamos encerrando uma parte das investigações. Certamente, esse processo irá ao Ministério Público, que deve avaliar a apresentação de denúncia ou o aprofundamento de investigações”, completou.

Por Renato Souza do Correio Braziliense

Foto: Antonio Augusto/STF / Reprodução Correio Braziliense