Deputado da “bancada da bala” é expulso de clube de tiro em São Paulo

Paulo Bilynskyj, deputado federal pelo PL de São Paulo, era um dos fundadores do clube na zona sul de São Paulo. Sócios decidiram exclui-lo por conta de um curso com participação de menores de idade

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O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) foi afastado da sociedade de um clube de tiro Puma Tactical, no qual era um dos fundadores, localizado na capital paulista. A decisão de expulsá-lo partiu dos sócios do empreendimento, que acusam o parlamentar de desrespeitar as normas internas e enganar os demais parceiros. As principais acusações envolvem a realização de um curso de tiro com a participação de menores de idade, prática proibida por lei, e a concessão de acesso não autorizado ao cofre de armas do clube.

Além de atuar como deputado, Bilynskyj é delegado da Polícia Civil de São Paulo. O caso foi parar no Tribunal de Justiça do Estado. Em dezembro de 2023, a Justiça confirmou a decisão que determinou a exclusão do parlamentar da sociedade. Os fatos que motivaram a expulsão remontam a janeiro de 2022, quando Bilynskyj organizou um curso de tiro destinado a adolescentes de 16 e 12 anos, algo ilegal, mesmo que houvesse consentimento dos responsáveis. O curso cobrava R$ 1.400 por participante. 

Os sócios do clube foram intimados pelo Ministério Público de São Paulo para prestar depoimento na época, após a abertura de um inquérito para investigar a presença de menores no curso de tiro. Em nota ao portal UOL, a assessoria de Paulo Bilynskyj afirmou que a investigação já havia sido arquivada pela Justiça paulista. No entanto, o processo não foi arquivado; as ações foram apenas reunidas em uma única e seguem em andamento.

Em nota, o parlamentar negou qualquer irregularidade e declarou que a questão da participação de menores no curso foi esclarecida durante o inquérito. Segundo sua defesa, os adolescentes não participaram das aulas e apenas “aparecem em fotos durante a confraternização ao final do curso, acompanhados pela mãe”.

Bilynskyj também rejeitou as demais acusações feitas pelos ex-sócios, incluindo a de descumprimento de um acordo envolvendo a transferência de nove armas avaliadas em R$ 250 mil e um aporte financeiro de R$150 mil. O deputado classificou as acusações como uma “aventura jurídica” e afirmou que os ex-parceiros usaram sua imagem “para alavancar o clube”. Ele ainda declarou que houve tentativa de prejudicá-lo, mas ele já havia perdido o interesse em manter a sociedade e pensava em sair.

* Estagiária sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza

Por Juliana Sousa do Correio Braziliense

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados / Reprodução Correio Braziliense