As ruas do Distrito Federal contam com cerca de 970 mil árvores frutíferas. Sendo que no total, a capital federal possui 35 espécies diferentes plantadas. De graça, os frutos frescos e sazonais chamam a atenção dos brasilienses, que se aventuram nas colheitas. A época tão aguardada é a melhor para quem ama comer uma fruta diretamente do pé.
De acordo com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), das 35 espécies distintas plantadas no DF, nove são nativas do Cerrado, que são elas: araçá, baru, cagaiteira, cajazeira, ingá-colar, ingá-mirim, jatobá-da-mata, jatobá-do-cerrado e pequizeiro. Mas as árvores frutíferas mais comuns e procuradas pelos brasilienses são as mangueiras e as jaqueiras. Também é possível encontrar pelas ruas amoras, abacates e jamelão.
Os lugares mais contemplados com as árvores frutíferas são o Parque da Cidade Sarah Kubitschek, Avenida das Jaqueiras no Sudoeste/Cruzeiro e Estrada Parque Dom Bosco no Lago Sul. Mas os brasilienses podem encontrar as frutas em todas as regiões administrativas, nas áreas verdes situadas nas avenidas e parques públicos.
O Jornal de Brasília foi até a Avenida das Jaqueiras e encontrou os brasilienses colhendo jacas e mangas. “Eu fico ansioso em chegar a época para colher as frutas, é muito bom. Estamos aqui pegando jacas, mas já pegamos mais cedo as mangas. As frutas, como sempre, estão muito boas, então vale a pena as pessoas pegarem. Aqui, na Avenida das Jaqueiras, tem fartura de jaca”, comentou o eletricista Jucel Viana, 42 anos.
O também eletricista Guilherme Justino, 30 anos, contou ao JBr que sempre que está pelo Plano Piloto, nesta época do ano, aproveita a oportunidade para colher mangas, jacas e jamelão. “Sempre que eu estou trabalhando e tem frutas nas árvores eu costumo pegar algumas. Bom mesmo é a manga e a jaca. Eu moro em Planaltina, lá tem, mas é pouco. No Plano, em área aberta tem muito mais”, disse.
Para Justino, a colheita também traz uma economia para as famílias. “Já é uma forma de economizar, comemos no caminho e ainda é possível levar para casa para fazer um suco”, completou. A autônoma Iolanda Régia, 50 anos, é outra que costuma colher as frutas diretamente dos pés das árvores. “Neste final de ano encontramos muitas amoras, jacas e mangas. Sempre que eu estou trabalhando na rua, próximo a árvores frutíferas, costumo colher”, comentou.
A fruta preferida de Iolanda é a manga, mas ela também gosta de colher as amoras quando está com mais tempo. “A amora é mais delicada para colher, tem que ter mais tempo e paciência. No sábado mesmo, eu voltei com a sacola cheia de manga. Olhando para o lado da questão financeira também ajuda bastante no nosso bolso, já que as frutas estão disponíveis de graça por todo o DF”, enfatizou.
O aposentado Antônio Carlos Silva, 60 anos, não costuma colher as frutas, mas frisou que costuma ganhar de pessoas que retiram das árvores pela cidade. “É maravilhoso, coisa de Deus. Sempre que ganho é bem-vindo, fico feliz. As frutas são saudáveis e ajudam a matar a fome de muitas pessoas carentes e que moram nas ruas do DF”, salientou.
Benefícios para a saúde
O nutricionista Luiz Paulo Rodrigues destacou os principais benefícios adquiridos ao consumir frutas colhidas diretamente das árvores espalhadas pelo DF. Segundo ele, há alta qualidade nutricional, maior frescor e são frutos sem processamento e conservantes. “Frutas colhidas diretamente das árvores estão no auge de sua maturação, o que preserva melhor suas vitaminas, minerais e antioxidantes. Essas frutas são livres de aditivos químicos ou processos industriais que podem reduzir seu valor nutricional”, explicou.
Comer as frutas logo após serem colhidas garante mais sabor e textura, além de preservar os nutrientes que podem se perder com o tempo. O nutricionista pontua que alguns cuidados são necessários ao comer essas frutas. “Escolha frutas maduras, sem sinais de apodrecimento, rachaduras, fungos ou insetos. Evite frutas que estejam muito sujas ou próximas a fontes de contaminação, como lixo, esgoto ou fezes de animais. Mesmo que as frutas tenham sido colhidas diretamente das árvores, é preciso lavar bem antes de consumir”, enfatizou.
Por Jornal de Brasília
Foto: Carolina Freitas / Jornal de Brasília / Reprodução Jornal de Brasília