Ainda não há previsão para que as equipes do Corpo de Bombeiros e brigadistas do ICMBio consigam extinguir as chamas na Floresta Nacional de Brasília (Flona). Em coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (4/9), o major Godoi, comandante de operações pelo Corpo de Bombeiros, e Fábio Santos, chefe da Flona informaram que 30% da Flona I foram consumidos, o que é grave.
Além da preocupação em preservar nascentes e matas de galerias, as equipes de combate vão atuar numa área próxima de chácaras para evitar que o fogo se aproxime das construções.
Reforço
A corporação convocou profissionais que estavam de folga para entrar no combate ao incêndio florestal. Hoje, serão pelo menos 50 militares e cerca de 10 viaturas. Na terça, foram 37 militares e sete viaturas. “Dentro de uma característica de incêndio florestal, que é uma ocorrência de longa duração, o combate está dentro do previsto para a condição. Não esperávamos uma queima tão rápida, provocada pelo regime de ventos fortes, ontem”, explica o major Godoi.
Fabio dos Santos Miranda, chefe da Flona e da Apa da Bacia do Descoberto, explica que o combate tem sido muito arriscado para as equipes devido aos ventos fortes, o tipo de vegetação (risco de queda de árvores sobre os brigadistas) e baixa umidade.
De acordo com Fábio, as imagens mais recentes mostram que há duas frentes principais de foco e elas estão se encontrando. “São frentes de quilômetros, com vários vários pontos quentes no meio. Ainda não temos previsão de quantos dias o combate vai durar. O esforço hoje é controlar e confinar o incêndio. As atividades vão permanecer por dias”, avisa.
Criminoso
Apesar de não haver provas ainda, Fabiano diz ter certeza de que o incêndio é criminoso. Resta saber se foi de forma intencional ou recreativa, despropositada. “O incêndio nasceu aqui dentro. Foram três focos e isso não é comum. Geralmente, o incêndio começa numa área e se propaga. Da forma como ocorreu, tivemos que dividir a equipe, o que dificultou o combate. Muitas vezes passamos pelo risco de sermos cercados pelo fogo”.
Por Adriana Bernardes do Correio Braziliense
Foto: Minervino Júnior/CB / Reprodução Correio Braziliense