A 25ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Brasília ocorreu neste domingo (28), na Esplanada dos Ministérios e reuniu milhares de pessoas. A multidão colorida deixou o Congresso Nacional por volta das 16h e caminhou pelo Eixo Monumental até o Museu da República, acompanhada por quatro trios elétricos.
Casais, famílias e grupos de amigos se espalharam pelo gramado da Esplanada dos Ministérios para celebrar o orgulho LGBT. Para Paula Evelina, professora e moradora do DF, é um momento para incentivar a representatividade. “Sempre tem alguém querendo nos silenciar, mas a parada LGBT é uma forma de mostrar que eu “tô” aqui”, contou ao Jornal de Brasília.
Paula é uma mulher lésbica e já esteve presente em tantas edições anteriores da Parada do Orgulho que não soube contar. Ao falar da sua história, disse que ainda sofre com o preconceito no dia a dia, mas se mantém firme. “Tem muitas questões, questões de trabalho e na família. É uma luta diária”, finalizou.
June Bandeira, de 20 anos, pessoa não-binária, experienciou a parada pela segunda vez, e ao JBr, contou que decidiu ir novamente até lá pois é um local onde se sente bem-vindo. “Eu sou minoria, mas minoria tá dentro da comunidade. Nesse dia aqui, todo mundo reunido pra comemorar a nossa existência, eu me sinto feliz”, declarou
Conscientização política
Matheus Ribeiro, servidor público de 29 anos, também frequenta a parada há alguns anos e disse à reportagem que é uma celebração “crucial” para todos da comunidade. “É a celebração da nossa existência”, ressaltou. Para além da comemoração, Matheus defende a conscientização política.
“A gente vem pra celebrar, mas também com a consciência política. A gente vem pra um lugar muito simbólico, para a frente do Congresso Nacional, para falar sobre os nossos direitos, sobre os nossos deveres. É muito importante nós estarmos presentes nisso”, destacou.
Ao JBr, Matheus disse que se sente seguro na Parada do Orgulho, porque é um local onde se encontra com muitas pessoas com quem se assemelha e, assim, sente a liberdade de ser quem é. “Aqui a gente fica encorajado a ser quem a gente é e a sair daqui com uma outra cabeça”, comentou.
A parada é o ato de encerramento do Festival Brasília Orgulho que, este ano, começou no dia 13 de julho. A programação do festival incluiu atividades culturais, educativas e de conscientização, a fim de fortalecer o espírito de comunidade e de celebração. Entre elas, debates, exposição de fotos e de curta-metragens.
O festival também promoveu a venda de produtos, intervenções artísticas, circuito gastronômico de comidas e bebidas e pintura em arco-íris de diversos pontos turísticos da capital. A parada de Brasília é reconhecida como a terceira mais antiga do Brasil e o maior evento de rua da capital federal.
60+ Orgulho
Neste ano, a parada teve como tema “60+ Orgulho”, que abordou a importância e os desafios da terceira idade dentro da comunidade LGBTQIA+. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 12% dos brasileiros com mais de 18 anos se declaram assexuais, lésbicas, gays, bissexuais ou transgênero, equivalente a 19 milhões de pessoas.
Segurança
A Parada do Orgulho de Brasília contou com o monitoramento da Polícia Militar e Civil e polícia montada. E para garantir a volta da população para casa, o Metrô-DF ampliou o horário: das 19h às 22h30 o embarque ocorreu apenas na Estação Central, com desembarque para todas as demais estações.
Por Elisa Costa do Jornal de Brasília
Foto: Fábio Felix via Instagram / Reprodução Jornal de Brasília